Este método e os resultados obtidos vão “permitir, por exemplo, uma melhor seleção dos locais para instalação de sistemas de energia solar”, revelou Sara Pereira, uma das investigadoras envolvida no trabalho, citada num comunicado da academia.

Além de Sara Pereira, também participaram no desenvolvimento deste sistema os investigadores Edgar Abreu, Maksim Iakunin, Afonso Cavaco, Rui Salgado e Paulo Canhoto, do Instituto de Ciências da Terra (ICT) da UÉ.

Segundo a academia alentejana, o método combina previsão numérica do tempo e redes neuronais artificiais (modelos computacionais) e vai permitir “melhorar significativamente a previsão da radiação solar”.

O método, destacou, possibilita “a geração de mapas do recurso solar na região sul de Portugal fiáveis e com uma resolução espacial de 1,25 quilómetros”, que vão ser “de grande utilidade” no planeamento e desenvolvimento de projetos de energia solar.

Com a instalação deste tipo de sistemas em “locais com maior recurso” solar, sublinhou a investigadora Sara Pereira, “será necessária uma menor área ocupada para a produção da mesma energia elétrica”.

“Este fator, aliado a uma boa eficiência dos sistemas, tenderá a resultar num maior retorno económico”, vincou.

A investigadora da UÉ previu que “o número de novos sistemas de energia solar cresça no futuro, à medida que os países procuram alternativas com baixas emissões de dióxido de carbono para geração de eletricidade”.

Nesse sentido, Sara Pereira considerou que a avaliação dos recursos solares e ferramentas de previsão de radiação solar “são úteis, não apenas para a compreensão do clima da terra, mas também para o planeamento de projetos e operação de sistemas de energia”.

“Embora o uso de um modelo atmosférico permita a avaliação do recurso na região desejada”, mas tende “a apresentar grandes erros quando se trata de radiação solar”, notou a especialista.

Já as ferramentas de pós-processamento, como redes neuronais artificiais que incorporam dados de aerossóis, permitem “uma avaliação mais precisa do recurso solar”, acrescentou.

De acordo com a academia, este método foi aplicado em simulações de um ano meteorológico típico, determinado com base em séries longas, de 16 anos, nomeadamente entre 2003 a 2018 inclusive, e observações em Évora e ao sul de Portugal.

No estudo sobre este novo método, assinalou a UÉ, é ainda salientado que este sistema pode ser aplicado em “qualquer região do mundo”, ainda que tenham de ser introduzidas as “devidas adaptações específicas para as regiões”.


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