A banda desenhada é uma edição conjunta da editora A Seita e do Centro Artístico Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira e é uma das iniciativas para assinalar o aniversário do nascimento do músico, que morreu há 40 anos, a 16 de outubro de 1982.

"O encadeado das ‘estórias’ devolve-nos ao prazer da vista fragmentos de história que fazem pensar. Arrancam ao esquecimento cenas e cenários que os mais velhos recordarão, e que à descoberta dos que depois vieram, e vierem, se entregam", escreveu o ensaísta e músico José Barata-Moura no prefácio ao livro.

"O perigoso pacifista: Histórias de Adriano Correia de Oliveira" recupera episódios da vida do cantor de intervenção, em particular em Coimbra, onde ingressou na Universidade para cursar Direito e onde viu abrirem-se as portas para a intervenção política, social e cultural.

Adriano Correia de Oliveira, que editou o primeiro disco, "Noite de Coimbra", em 1960, participou ativamente nas lutas académicas de 1962 de contestação ao regime político da ditadura, facto que, a par da guerra colonial, da censura e da emigração, passou a ser referido nas músicas que cantava, sendo exemplo disso "Capa Negra, Rosa Negra", "Pedro Soldado" e "Exílio".

Cruzando depoimentos dos que privaram mais diretamente com ele, o livro "mostra um lado mais divertido e mais humano de uma das mais importantes vozes portuguesas da segunda metade do século XX", sublinhou a editora em comunicado.

O argumento é assinado por Paulo Vaz de Carvalho, professor e guitarrista que acompanhou Adriano Correia de Oliveira em palco.

A edição desta obra de BD é acompanhada de um CD com sete canções interpretadas por Adriano Correia de Oliveira, entre as quais "Trova do vento que passa", "Cantar de emigração" e "Tejo que levas as águas".

"O perigoso pacifista: Histórias de Adriano Correia de Oliveira" junta-se a uma programação que assinala os 80 anos do nascimento do músico, juntando-se a outras iniciativas como concertos, exposições e tertúlias, que se prolongarão até 2023.

Em novembro passado, o Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira lançou uma petição de apelo à classificação da obra do músico como obra de interesse nacional, tendo reunido cerca de 2.900 assinaturas.

Adriano Correia de Oliveira editou seis álbuns entre 1967 e 1980. A título póstumo foi condecorado Comendador da Ordem da Liberdade, em 1983, e Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1994.


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