O sprinter venezuelano impôs-se confortavelmente ao campeão em título no final dos 170,8 quilómetros entre Castro Verde e Grândola, cortando a meta com o tempo de 04:14.21 horas.

“Pareceu fácil, mas no ciclismo nada é fácil. Houve muito trabalho por detrás desta vitória, tanto pessoal, como da equipa. Quero dedicar-lhes isto”, atirou um visivelmente feliz Linarez, que se reencontrou com o sucesso na prova em que, no ano passado, conquistou um dos seus dois triunfos da temporada – além da terceira etapa da ‘Alentejana’, ganhou a Prova de Abertura.

Santiago Mesa (ABTF-Feirense) completou o pódio 100% sul-americano da segunda tirada, na qual Rodrigo Caixas (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car) foi o melhor português, na quinta posição, com o mesmo tempo do vencedor, ‘promovido’ agora a terceiro da geral, ainda liderada pelo jovem norte-americano Luke Lamperti (Trinity).

Os 170,8 quilómetros maioritariamente planos a partir de Castro Verde ‘incitavam’ à constituição de uma fuga e esta não tardou em formar-se: ao quilómetro 15, saltaram do pelotão André Ramalho (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), Nuno Meireles (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), André Santos (Santa Maria da Feira-Segmento D'Epoca-Reol) e Jose Maria García (Electro Hiper Europa).

Enquanto quarteto, os fugitivos nunca conseguiram uma margem superior a três minutos, mas quando Santos e Meireles descolaram, Ramalho e García aumentaram a diferença chegando a ter seis minutos de vantagem para o pelotão, comandado pela Trinity de Lamperti.

À medida que os quilómetros para Grândola iam encurtando, mais à vista ia ficando o duo da frente, graças quase exclusivamente ao trabalho da formação britânica, que anulou a fuga a 13 quilómetros da meta.

“Ainda pensámos que podia acontecer [a fuga chegar]. Mas, depois, a partir dos quatro [minutos], a diferença começou a baixar muito rápido e o último minuto foi rápido. Infelizmente, não conseguimos chegar, é assim o ciclismo”, descreveu Ramalho no final, considerando que a jornada “até foi positiva”, embora não tenha ‘destronado’ Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor) da liderança da montanha.

Anulada a escapada do dia, perfilaram-se na dianteira as equipas dos sprinters, com a Trinity a errar na colocação de Lamperti, que teve de contentar-se com o 10.º lugar na etapa, longe das bonificações e de Linarez.

“O sprint foi um pouco técnico, devido ao paralelo. Sabíamos que tínhamos de entrar na frente. Estudámos muito bem o final, sabíamos que era uma reta comprida. Soube dosear bem as forças e pude concluir da melhor maneira esse grande trabalho de aproximação que a equipa fez. Estou muito feliz com esta vitória”, assumiu o venezuelano de 25 anos.

O triunfo de Linarez, o primeiro de 2023 para a equipa ‘sensação’ da temporada passada, ‘ofuscou’ a declaração de intenções de Orluis Aular (Caja Rural), que, depois de bonificar na última meta volante do dia, ainda encurtou mais a distância para Lamperti com o segundo lugar na etapa – está agora no quinto posto da geral, a sete segundos do norte-americano.

Talvez por isso, hoje, Lamperti era um camisola amarelo menos efusivo: “É bom manter a camisola [amarela]. Os rapazes [da Trinity] foram excelentes durante toda a jornada. Fizemos asneira nos últimos 10 quilómetros, mesmo assim é bom conservar a camisola”.

O ciclista da Trinity, de apenas 20 anos, continua a ter o francês Cyril Barthe (Burgos-BH) a três segundos, na segunda posição, mas tem agora Linarez a quatro.

“A geral… vamos dia a dia. Penso que a etapa de sábado é muito dura. Trataremos de dar tudo por tudo para chegar na frente”, prometeu o venezuelano da Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, ciente de que a terceira etapa, que se disputa na sexta-feira ao longo de 191,4 quilómetros entre Vendas Novas e Estremoz, é uma nova oportunidade para reduzir distâncias para o líder da 40.ª ‘Alentejana’.


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