Celebrar o Amor, revisitar Fialho de Almeida e sensibilizar para a sustentabilidade ambiental
Música, Ciência, História, Natureza dão o mote, a 30 de Setembro, a um novo momento de convívio e partilha de conhecimentos entre gerações no decorrer das atividades no âmbito da iniciativa Onde a Vida Acontece, desta feita na vila de Cuba, em parceria com o Município local.
A celebração do amor no embalo de uma doce serenata, através das cordas de um duo português com notável carreira nacional e internacional; a revisitação da vida e obra do escritor José Valentim Fialho de Almeida, na localidade alentejana onde se radicou; a visita a uma herdade que coloca na sustentabilidade ambiental a assinatura dos vinhos que produz, dão o mote a um dia pleno de conhecimento e partilha em mais uma ação da iniciativa Onde a Vida Acontece, projeto associado do Festival Terras sem Sombra e levado a cabo em parceria com o Município de Cuba.
A 30 de Setembro, o convite é o de rumar, em família, para Cuba, no coração do Alentejo, e integrar de forma gratuita um trio de atividades em torno da Arte, História, Ciência, Natureza e Música. Na suave noite cubense, o Museu Literário Casa Fialho de Almeida acolhe o concerto, às 21h30, obras de grandes compositores europeus, interpretados por dois músicos de exceção, a cujo talento a crítica especializada já se rendeu. Tessitori é um duo, formado por Isabel Pereira (violeta) e João Loureiro (guitarra clássica), que tem vindo a projetar-se, um pouco por toda a Europa, a partir de Londres.
Premiados a nível nacional e internacional, os dois músicos conheceram-se enquanto estudantes na Royal Academy of Music, da capital britânica, onde firmaram a sua robusta parceria. Cativados pela sonoridade única do ensemble de cordas, começaram a explorar as possibilidades do repertório, criando os seus próprios arranjos de obras celebradas, bem como peças originais, em que transparecem as suas origens. Um sinal da “mudança de página” na música portuguesa que caracteriza o panorama artístico do nosso país ao longo da última década.
Para o concerto na Cuba, o duo apresenta o programa "Serenata: Celebrações do Amor", incluindo obras de compositores consagrados como Isaac Albéniz, Fernando Sor, Heitor Villa-Lobos ou Franz Schubert e também composições originais de João Loureiro.
Revisitar vida e obra de Fialho de Almeida
Ainda a 30 de Setembro, antecedendo o concerto, às 15h00, a atividade Arte, História, Tradições convida ao tema “Ser Escritor: À Conversa Sobre Fialho de Almeida”. Com ponto de encontro no Museu Fialho de Almeida, equipamento instalado no imóvel que no final do século XIX foi residência do escritor, nascido em 1857 em Vila de Frades (Vidigueira), os participantes na ação vão percorrer o espaço museológico. Oportunidade privilegiada para contactar, de perto, com as várias esferas da vida pessoal e profissional de Fialho de Almeida, autor, entre outras, das obras A Cidade do Vício, O País das Uvas, Ave Migradora. O encontro, orientado por Francisca Bicho, presidente da Associação Cultural Fialho de Almeida, devolve à memória coletiva o escritor e o seu importante contributo para a literatura portuguesa, sem esquecer alguns temas recorrentes na sua obra, como a ruralidade e a etnografia. Falecido em 1911, Fialho de Almeida encontra-se sepultado em Cuba.
A Sustentabilidade na Vinha
A atividade dedicada à Ciência, Inovação, Natureza, que terá lugar ainda de manhã, convida os participantes a contactarem de perto com um tema premente na atualidade, a sustentabilidade ambiental. No caso presente, a visita à Herdade do Rocim, às 11h00, desafia para o tema “Microcosmo: A Sustentabilidade na Vinha”. Com o fulcro naquela emblemática herdade alentejana, o périplo faz-se no seio de uma propriedade que assume a premissa de aumentar a eficiência e reduzir o consumo de recursos naturais, sem comprometer o carácter dos vinhos que produz.
Momento para os participantes conhecerem de perto as vinhas e a adega da herdade, cujo plano de sustentabilidade (com selo de certificação) assenta nos investimentos na vinha, com a gestão dos solos e da água; na adega, com a gestão da água e de energia e os materiais usados na sua construção; e, nessas duas dimensões, com a gestão das pragas e resíduos. Acresce que a Herdade do Rocim possui ainda 10 hectares de olival.