Contos tradicionais de Odemira vão dar origem a curtas-metragens de animação
Uma associação de Odemira, no distrito de Beja, está a promover um projeto de promoção do património imaterial deste concelho alentejano, através da criação de curtas-metragens de animação baseadas nos contos de tradição oral.
O projeto “MIRACONTOS” é promovido pela associação Os Piscos, com financiamento da Câmara de Odemira, e visa “a difusão do património imaterial” deste município, explicaram à agência Lusa as responsáveis pela iniciativa, Catarina Pisco e Mónica Alves.
Segundo Catarina Pisco, o “ponto de partida” do projeto são os contos partilhados pela tradição oral, “passada de boca em boca”, que se perdem “com o tempo” por não serem registados.
A ideia do projeto foi inspirada nos filmes de animação “A Casa”, de Enda Walsh e constituído por três curtas em animação ‘stopmotion’ de diferentes diretores, e “Os Demónios do Meu Avô”, criado por Nuno Beato e que celebra a cultura de Barcelos.
“Quando vimos as candidaturas do [programa] ‘Odemira Criativa’ questionámo-nos se não seria pertinente criar também algo no cinema de animação com essas duas características: uma curta com diversidade artística, de artistas variados, em volta de adaptações de histórias do município que tomem como inspiração o próprio município e celebrem a sua cultura”, contou Mónica Alves.
Nesse âmbito, o projeto “MIRACONTOS” prevê a criação de um total de cinco pequenas curtas-metragens de animação, com um máximo de dois minutos de duração cada, que depois darão origem a uma única curta-metragem.
Uma das ‘curtas’ será desenvolvida, em conjunto, pelo Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Milfontes com o grupo amador Teatro das Galderices, enquanto as restantes quatro serão realizadas pelos autores escolhidos através de concurso, a decorrer até dia 11 de abril.
“Pareceu-nos uma forma justa para que todos os autores, que quisessem, pudessem participar. Além disso, dá-nos a possibilidade de conhecer mais artistas que, de outra forma, não seria possível”, justificou Catarina Pisco.
Cada um dos quatro autores escolhidos receberá uma remuneração de 700 euros, estando previsto que as cinco curtas-metragens de animação do projeto estejam concluídas até dia 10 de agosto.
“No final, existirá uma exposição com todo o processo de realização da curta e, se possível, a sua projeção. Iremos ainda participar com a curta-metragem final em festivais de animação”, concluiu Catarina Pisco.