As escolhas de Bruno Ferreira
É um daqueles casos que saiu de Beja, mas Beja nunca saiu dele.
Bruno Ferreira, natural e apaixonado pela sua cidade de Beja, tem 46 anos e não é catalogável numa única profissão.
Podemos apresentá-lo como ator, comediante, locutor, apresentador e muitas outras coisas. No fundo, Bruno Ferreira é um comunicador nato que põe paixão em tudo o que faz (nunca esquecendo, sempre que é lhe possível, de colocar Beja e o Baixo Alentejo na pauta da sua intervenção).
No convite a Bruno Ferreira para participar neste “A Gostar de Ouvir…”, espaço do Magazine do O Atual.pt, em que convidamos personalidades a revelarem as músicas da sua vida, começamos com as perguntas fáceis. (já vão perceber porquê)
Começamos por querer saber que papel tem a música na vida de Bruno Ferreira
Bruno não hesita: - O maior de todos, dentro do campo das artes. A música permite-nos a sua fruição em qualquer momento. Seja no carro, na rua, em casa, no computador, no telefone. Por oposição a outras manifestações artísticas maiores, como a literatura, que exige concentração, a pintura a escultura, ou até mesmo o cinema, que exigem disponibilidade e espaço próprio, a música talvez seja a mais democrática, justamente pela facilidade de acesso.
Sobre o local e o suporte escolhido para ouvir música.
Bruno Ferreira não tem dúvidas: - Rádio no carro, sempre. Mas para além dela, também o mais moderno cartão de memória com as minhas selecções de toda a vida. Incalculável quantidade de horas, de álbuns, de artistas, de notas e de recordações e estados de espírito, quase todos, acomodam-se dentro daquele pequenino cartão de memória. É um mundo, literalmente. Em casa uso o telemóvel, o computador, e por vezes canais de televisão. Os meus Vinis e CD´s estarão sempre comigo, apesar de agora menos utilizados.
Já percebemos que a música é uma constante da vida de Bruno Ferreira. Mesmo assim arriscamos em querer saber se há alguma situação particular em que impreterivelmente não dispense a sua companhia.
Bruno confirma a constância: - Em muitas. A conduzir, quase sempre, excepto às horas certas, em que gosto de me sintonizar nas notícias. De resto, todos os momentos são bons para ouvir música, como durante o banho, enquanto estou no computador, ou quando cozinho.
Sobre se vai habitualmente a concertos ao vivo.
O lamento: - Já fui mais. Muito mais… aos festivais de Verão, estádios, e mesmo em sala, ia com alguma frequência. Confesso que desde que nasceu o meu segundo filho a vida tornou-se mais preenchida e exigente, e que perdi um pouco o espaço, e o hábito, de assistir a concertos ao vivo. Com pena e saudade.
Agora as perguntas difíceis (eu avisei!)
Pedimos a Bruno Ferreira para nos revelar o seu cantor/cantora ou banda favorita.
Travagem a fundo… não por falta de referências, talvez por excesso, Bruno patina: - Muito possivelmente um cantor de intervenção. Existem tantos nomes grandes, que não destaco nenhum. Mas gostava muito de ter vivido aqueles tempos da revolução. De assistir ao despontar da liberdade, de me sentir como contribuinte dessa nova vida que se abriu aos portugueses. Ter vivido as cores, os cheiros, os ambientes da revolução.
E quando lhe pedimos para eleger um tema.
Bruno Ferreira volta a demonstrar dificuldades com a “coisa singular”: - As questões definitivas são sempre as mais complicadas de responder. Da mesma forma que não consigo escolher um filme ou um livro, também me custa muito escolher uma música. Por todas as que tenho de deixar de fora. Mas talvez escolha um tema dos Manu Chao, uma banda muito divertida, e gosto muito desta música, que se chama Me Gustas Tu. https://www.youtube.com/watch?v=b22wgo919FM
Foi uma música, uma banda, que ouvi muito quando estive dois meses a trabalhar no Panamá a fazer um programa de televisão, e faz-me muito lembrar aquela luz, aquele clima e temperatura, da América Central.
Pela dificuldade em eleger um único intérprete ou tema musical como favorito, era expectável que a playlist que pedimos a Bruno Ferreira para partilhar connosco, fosse bastante eclética. E Bruno Ferreira não desiludiu, bem pelo contrário.
As escolhas do bejense, são um bom ponto de partida à descoberta de novas sonoridades, muito para além daquilo que é considerado mainstream, por isso mesmo, convidamo-lo a desfrutar das escolhas de Bruno Ferreira para este "A Gostar de Ouvir...".